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Acne

A acne vulgar é uma das doenças inflamatórias crônicas mais comuns no mundo, onde os principais fatores fisiopatológicos se sustentam em 4 pontos: produção alterada de sebo, queratinização excessiva, colonização com o Cutibacterium acnes e inflamação.

Com causas multifatoriais a acne é caracterizada por pápulas, pústulas, lesões comedônicas e cistos ou nódulos em casos graves. Muitas vezes altamente visíveis, as lesões de acne podem causar constrangimento de curto prazo e diminuição da qualidade de vida, além de poder levar a problemas de longo prazo, como cicatrizes e excesso de pigmentação no local de lesões anteriores de acne.

Em relação a C. acnes, muito tem se estudado nos últimos tempos a respeito do real papel dela no desenvolvimento da acne. Cada vez mais tem se observado que praticamente todos os adultos possuem a C. acnes na pele, mas nem todos desenvolvem a acne. E evidencias estão demonstrando um desequilíbrio nas cepas individuais de C. acnes causaria uma alteração no microbiota da pele desencadeando assim a acne. E se juntando ao C. acnes, o Staphylococcus epidermidis também estaria contribuindo para a desregulação da microbiota da nossa pele.

Na adolescência, ela costuma acometer mais o sexo masculino, porém, na fase adulta, as mulheres passam a ser mais acometidas.

A predominância da acne adulta na mulher está diretamente envolvida com fatores hormonais e tem muita relação com desordens como hirsutismo, tensão pré-menstrual, alopecia androgenética e síndrome dos ovários policísticos por exemplo. Mas não é uma regra: estudos demonstram que mulheres com acne na fase adulta podem ter seus níveis hormonais normais e apresentar crises de acne. Autores indicam que isso pode ser gerado por uma hipersensibilidade de órgãos alvo: um aumento da sensibilidade ou o metabolismo de andrógenos nas glândulas sebáceas e potentes metabólitos de andrógenos na pele podem estar entre os possíveis mecanismos de estimulação da acne.

Obesidade e sobrepeso podem induzir o risco do aparecimento da acne e, em pacientes obesas com Síndrome do Ovário Policístico há um aumento da resistência insulínica, levando ao aumento dos níveis de testosterona livre, causando hiperandrogenismo e acne.

Em relação a alimentação, estudos indicam que leite e produtos lácteos e alimentos de alta carga glicêmica aumentam a sinalização de insulina e uma cascata bioquímica é gerada no organismo, ocorrendo assim hiperproliferação das glândulas sebáceas, síntese lipídica aumentada e hiperplasia dos queratinócitos, tendo como resultado final a temida e inestética acne.

Estudos também indicam uma baixa incidência de acne em indivíduos com maior consumo de peixes, frutas e legumes, alimentos os quais tem poder antinflamatório e antioxidante no nosso organismo.

O uso de certos medicamentos também pode estar envolto no surgimento da acne: corticosteroides, contraceptivos orais, vitamina B12, testosterona e lítio, por exemplo, podem levar a acne induzida por medicamentos. Contraceptivos orais combinados de 3ª e 4ª geração mais seletivos com propriedades androgênicas mínimas podem ser preferidos em pacientes que apresentam quadros de acne.

E a acne no verão? Melhora ou piora? Então, a exposição aos raios UV diminuem a integridade da barreira cutânea, causam inflamação, aumentam a produção de sebo e a proliferação dos queratinócitos, causando um agravamento da acne, principalmente nos meses posteriores à exposição. Proteção solar adequada é essencial em indivíduos acometidos por acne (e por todos os outros também!)

E o que falar da rotina de skincare? Quais são os melhores produtos? Cada indivíduo tem uma condição especial e única. A escolha individualizada de fórmulas e produtos são o ponto chave para um manejo adequado da acne. Durante a anamnese com um profissional da área estética uma série de perguntas serão feitas a fim de investigar e tentar decifrar qual ou quais os fatores desencadeadores do paciente. Muitos são os questionamentos que vão englobar a escolha da rotina ideal.

O que certamente tem se mostrado mais assertivo, é o uso de produtos de limpeza mais gentil, que limpam suavemente a pele, tendo assim menor potencial irritativo e com pH mais compatível à pele, próximo a 5,5, com a finalidade de manutenção da função barreira de nossa pele e homeostase na microbiota. Alterações da microbiota da pele, a deixam mais susceptível não somente à acne, mas a outras doenças de pele, como dermatite e psoríase.

Ativos antinflamatórios, como niacinamida PC, nano resveratrol, Turmeria Zen; ativos restauradores da função barreira da pele, como ceramidas, água termal, pantenol; agentes queratolíticos como o ácido salicílico ou os alfa hidroxiácidos e ativos hidratantes como ácido hialurônico, aquaporinas, glicerina estão em muitos estudos sustentando seus usos no manejo e controle da acne. E a manipulação permite que eles sejam incorporados em diferentes produtos, como sabonete, mousse de limpeza, sérum, gel, gel creme e por aí vai, de acordo com a necessidade de cada indivíduo.

 

Sugestões de formulações para tratamento

 

Escrito pela farmacêutica Márcia Wendelstein Cano de Souza

 

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